Considerando que o Exército Brasileiro não é um Poder, mas integra um Poder, no caso, o Executivo Federal, sendo sua comandante suprema a Presidenta Dilma Roussef, deve portanto e tão somente cumprir com as determinações emanadas do Poder ao qual está hierarquicamente subordinado, observado os preceitos constitucionais.
Abrir a caixa preta dos atos praticados durante o regime militar, em nada afeta as atribuições constituicionais do Exército. Evidentemente que não se deve macular a atual imagem da corporação nem também das outras forças (Marinha e Aeronáutica).
Tal como é imprescritível o direito das vítimas e seus sucessores para receber indenizações, também o é o direito da sociedade em ser devidamente informada dos fatos que contribuíram para as ocorrências que motivaram esses processos.
Em reportagem veiculada na folha.com consta que:
"Em documento encaminhado ao Ministério da Defesa, o comando do Exército critica a criação da Comissão da Verdade, alegando que "poderá provocar tensões e sérias desavenças ao trazer fatos superados a nova discussão".
A comissão foi proposta pelo Executivo ao Congresso para reconstituir a história da época da ditadura militar (1964-1985). Está em tramitação e pode ser votada ainda neste semestre.
Segundo o texto, comissões desse tipo "costumam ser criadas em um contexto de transição política, o que não é o caso". Alega que se passaram quase 30 anos do fim do regime e que muitos envolvidos naquele período já morreram.
"Testemunhas, documentos e provas praticamente perderam-se no tempo, é improvável chegar-se realmente à verdade dos fatos", acrescenta, em sete parágrafos, que vão das letras "a" a "g".
Sendo assim, continua, "o argumento de reconstrução da história parece tão somente pretender abrir feridas na amálgama nacional, o que não trará benefício".
Veja a íntegra da reportagem no site http://www1.folha.uol.com.br/poder/886511-em-documento-exercito-critica-criacao-da-comissao-da-verdade.shtml
Se não há o que temer, então que se resgate o passado, para que haja constantes e permanentes reflexões no presente, de forma a evitar reincidências no futuro.
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